Olá pessoal!
Esse post é diferente.. a resenha foi escrita por uma convidada e amiga: Franciane Batagin, estudante de produção editorial, assistente editorial na Editora Planeta e apaixonada por livros e gatos! Esperamos que gostem da indicação dela... Nós ficamos morrendo de vontade de ler!
Nome: Onde a lua não está
Autor: Nathan Filer
Editora: Rocco
Ano: 2014
Número de páginas: 272
ISBN: 9788532528810
“Vou te contar o que aconteceu
porque será uma boa maneira de apresentar meu irmão. O nome dele é Simon. Acho
que você vai gostar dele. Eu gosto de verdade. Mas, daqui a algumas páginas,
ele estará morto. E ele nunca mais foi o mesmo depois disso.”
Quando eu estava andando pela
Bienal de São Paulo e notei a capa desse livro, confesso que fiquei
interessada. Capa bonita, pensei. Como sempre faço, olhei um pouco – naquele
momento o estande da Rocco estava lotadíssimo, então não podia demorar – e
então devolvi o livro na prateleira. Continuei minha jornada, olhando os
títulos, capas e livros que estavam expostos, mas meu olhar sempre voltava para
aquela capa. Voltei, peguei o livro novamente e li o trecho que coloquei aqui acima.
Nesse momento eu decidi que precisava ler e saber o que aconteceu. Ponto
positivo para a quarta capa! Tão intrigante que me fez comprá-lo.
O livro conta a história do ponto
de vista de Matthew, um menino que tem uma doença chamada esquizofrenia* e que,
quando era criança, perdeu o seu irmão mais velho, Simon. Esse, por sua vez, é
uma criança com Síndrome de Down que morre em um acidente misterioso durante um
passeio em família. Durante a maior parte da leitura tentamos descobrir o que
exatamente aconteceu quando Simon morreu e porque Matthew, aparentemente, é tão
perturbado.
Cheio de flashbacks, o livro vai
e volta do presente ao passado até que, por um momento, fica difícil definir em
qual parte estamos. Mesmo quando Matthew está no presente, a sequência temporal
fica um pouco perdida, então fui guardando todas as informações que consegui,
pensando que depois eu compreenderia a maioria delas. E eu compreendi.
Ele fala sobre o passado, sobre
as histórias com o irmão e com a família, fala sobre como foi a experiência de
perder o irmão e amigo e como a mãe se tornou super protetora depois do
acidente, chegando até a tirá-lo da escola. Ele fala também, em alguns momentos,
sobre um período em que ele aparentemente está em uma clínica, fala sobre os
pacientes psiquiátricos e sobre o comportamento deles. Fala sobre o dia a dia
de estar nessa clínica, sobre como é tomar remédios fortes e quais as sensações
que ele tem. Fala ainda sobre o período que era adolescente, como decidiu ir
morar sozinho e como começou a ficar perturbado.
Achei sensacional a maneira como
o autor conseguiu escrever e descrever a cabeça do paciente depois do trauma. Me
senti dando voltas no tempo, desdobrando todos nuances da vida do personagem.
Me senti revirada do avesso e me perguntei como seria ter os pensamentos
embaralhados daquele jeito, como seria estar presa em uma clínica e descobrir
que talvez eu tivesse culpa na morte do meu irmão. Então, se você procura um
livro que te deixe com essas sensações embaralhadas e fantásticas ao mesmo
tempo, você deveria, sim, ler Onde a Lua
não está!
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