14 de out. de 2016

Resenha: Usain Bolt, mais rápido que um raio - minha autobiografia

USAIN BOLT - Mais rápido que um raio
Minha autobiografia
Usain Bolt, Matt Allen
Planeta, 2014


SINOPSE:
Eu aguardo ansiosamente o "grande momento". É nessa hora que eu me sinto vivo. É só me dar um palco importante, uma disputa, um desafio, e alguma coisa acontece - eu caio na real. Fico um centímetro mais alto, movimento-me uma fração de segundo mais rápido. Coloque-me num palco importante e eu faço acontecer.

Eu ganho corridas e bato recordes desde os 15 anos de idade, mas o sucesso não veio assim tão fácil. Enfrentei lesões complicadas, um acidente de carro e as pressões da fama. Mas, quando é realmente necessário, eu faço acontecer: ganhei seis medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos e fui campeão mundial por oito vezes. Superei todo os desafios quando me tornei o homem mais rápido da Terra.

Essa é a minha história.


Todo mundo já ouviu falar dele, mesmo quem não acompanha ou não sabe nada sobre atletismo, conhece Usain Bolt. Um fenômeno do atletismo nas provas de 100 e 200m. Imbatível até hoje. Esse livro conta sua história até o final de 2013, quando ele "só" tinha 6 medalhas olímpicas! Em 2016 um novo capítulo foi escrito em sua história de sucesso: conquistou mais 3 medalhas nos Jogos Olímpicos do Rio e se antes já era considerado uma lenda, imagina agora. Quem o vê correndo logo pensa: Esse cara não é humano! Dono de um espetacular dom natural para as corridas, o sucesso não veio assim tão fácil. Ele aprendeu que não basta ser naturalmente excepcional no que faz se não se dedicar aos treinos como seus adversários fazem. O dom natural pode o levar ao topo, mas mantê-lo lá é outra história... E essa história podemos conhecer em detalhes nessa autobiografia lançada pela Editora Planeta em 2014.

Sem meias palavras, Bolt conta sobre sua infância, sobre seu esporte favorito naquela época (críquete), como relutou em encarar a corrida como seu destino e como a parceria com seu treinador o fez se tornar o homem mais rápido do planeta. Além, é claro, de contar sobre seus rivais nas pistas, sempre exaltando sem nenhuma modéstia, a sua superioridade! Se tem uma coisa que ele não tem é modéstia. Sabe seu lugar no esporte e não tem puder em dizer. 

Declaradamente preguiçoso, Bolt relata que negligenciou muitos treinos até perceber que seu talento não bastaria para mantê-lo no topo do pódio. Ao perceber isso, se tornou imbatível. Soube compensar sua estatura alta demais para o esporte (por ser alto, ele demora mais que os demais atletas para endireitar o corpo após a saída dos blocos, resultado: ele não larga bem). 

"Eis a anatomia da minha corrida de 100 metros: Bangue! Da largada, entro na minha fase de impulso, os primeiros 30 metros da corrida em que deixo os blocos e me impulsiono na pista - mantenho o corpo à frente, a cabeça baixa e me forçando bastante. Posso me meter na corrida a partir dessa ponto, mesmo que meus primeiros passos depois do disparo sejam ruins.
Depois disso, me elevo enquanto corro. A cabeça vai para cima, levanto os joelhos e inclino os ombros para baixo como na aceleração forçada. É quando alcanço a velocidade máxima. A 50 metros, olho à esquerda e à direita, para ver como estou posicionado na corrida. Depois disso, me transformo num monstro. Domino a competição. Não importa quem ou quão bom você seja, os últimos 40 metros da minha corrida são a parte mais forte do meu desempenho e, se estiver à sua frente, acabou. Você não me pega. Com 10 metros para terminar, olho à direita e de novo à esquerda. Faço a pergunta: posso parar de correr? Sei nessa etapa se ganhei ou não a corrida porque, nesse momento, só preciso de três passadas e meia para cruzar os últimos 10 metros. Se não houver ninguém à frente, acabou". 

Quando conquistou o título de Homem mais rápido do mundo em New York ao estabelecer um novo recorde mundial de 9,72 segundos, ele voltou seu olhar para os Jogos Olímpicos de Pequim. Com sua primeira medalha olímpica nos 100 metros, Bolt, aí sim, se sentiu eternizado no esporte: 

"Quando ganhei o ouro na final dos 100 metros em Pequim, levei o título de campeão olímpico para sempre. Recebi a coroa, um prêmio absoluto que ninguém poderia riscar dos livros. Nem Asafa, nem Wallace, nem Tyson, nem ninguém. Estava ciente de que o título de O Homem Mais Rápido da Terra me tinha sido dado pela primeira vez em Nova York, mas poderia perdê-lo a qualquer momento. Mais importante, percebia que os recordes eram a cereja, mas as medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos eram o verdadeiro bolo. Agora estava faminto. Acredite, queria mais.

E nasceu também em Pequim sua marca registrada, a pose "Para o mundo". 

"Minha pose foi estampada em capas de revistas e jornais nos quatro cantos do mundo. Á medida que os dias passavam, vi fotos de pessoas em todo o planeta copiando o gesto


Usain Bolt é sem dúvida um fenômeno! Brinca com o público e faz pose para as câmeras. Interpreta muito bem seu papel de celebridade mundial. 

Ler esse livro foi uma experiência muito interessante, pois é possível conhecer a pessoa por trás da imagem do mito. Dores, insegurança e incertezas também convivem com o sucesso e as vitorias. Como o episódio marcante em sua carreira quando queimou a largada dos 100m no Mundial e ficou fora da final. 

Acredita que em 2012 ele não tinha certeza da sua participação no Rio 2016? Se ainda estaria apto a competir?... Lendo hoje, parece até piada!

Li, gostei e indico para você!