29 de mar. de 2014

Resenha: Trabalhar no Paraíso pode ser um inferno

Título: Trabalhar no Paraíso pode ser o inferno
Autor: Simon Rich
Ano: 2013
Páginas: 216
Editora: Planeta
ISNB: 978-85-422-0117-8

SINOPSE:
Quando Deus decide se aposentar (para realizar seu sonho da vida inteira de abrir um restaurante de cozinha asiático-americana), ele também decide destruir a Terra. Seus empregados recebem a notícia como um avanço, com exceção de Craig e Eliza, dois anjos mal-pagos do humilde Departamento de Milagres. Diferentemente de seu chefe, Craig e Eliza amam seu trabalho – arrebentar hidrantes nas ruas em dias de calor, revelar cédulas de dinheiro em bolsos esquecidos – e se recusam a aceitar que a Terra vai acabar.
Com muito tato, os anjos conseguem fazer um acordo com seu chefe: Deus parará o apocalipse se eles conseguirem concretizar o milagre mais difícil de suas carreiras, que é fazer os dois terráqueos mais socialmente estranhos do planeta se apaixonarem. Com a rápida aproximação do Juízo Final e os humanos ignorando todas as oportunidades no caminho da sua felicidade amorosa, Craig e Eliza terão de mover céus e terras para salvar o casal – e também o resto da humanidade.

Acho que esse é um dos livros mais divertidos e arrebatadores que eu li no ano passado – E olha que eu li muitos.
O americano Simon Rich, além de escrever livros muito inteligentes e engraçados, é redator do programa Saturday Night Live e escreve para o jornal The New Yorker. Ou seja, de escrever ele entende bem!
A história desse livro é a seguinte: A CÉU Ltda. é uma empresa (muito mal administrada, por sinal) e Deus é o presidente dela (mas passa todos os dias jogando golfe), assim como os anjos e arcanjos que são funcionários.
Eu sei que pode parecer um enredo meio estranho, mas a cada página o autor consegue conquistar o leitor mais e mais e fazer nascer uma vontade de que isso seja real.
Vale ressaltar que, embora faça menção ao céu, o livro não tem nenhum apelo religioso, a religião é só o cenário para criar a história.
O ponto crítico para toda a trama é quando Deus começa a pensar no planeta em que ele criou, em como está a humanidade e a administração do mundo. Com isso ele chega à seguinte conclusão: deu tudo errado e a única solução é armar o Juízo Final!
Apenas dois anjos de toda a empresa vão contra essa decisão, Craig e Eliza, que fazem parte do Departamento de Milagres, um setor que ninguém se importa muito.
Totalmente desacreditada em tudo isso, Eliza vai falar com Deus sobre essa loucura toda. Ela foi o anjo responsável por organizar todas as preces que chegavam ao céu antes de serem passadas ao presidente, mas ele nunca leu e nem deu valor ao seu trabalho.
De modo a dar uma chance para os dois anjos, embora tenha certeza de que o esforço deles será em vão, Deus faz um acordo: Não destruirá o mundo contanto que eles consigam atender pelo menos uma prece e deixar o dono dela realmente satisfeito.
É aí que Craig e Eliza escolhem uma prece dupla: um casal que desejava ficar junto. Fácil, né? Afinal, se eles já se gostam é um trabalho a menos.
Isso é o que todos pensamos até vermos todas as aventuras divertidas, piradas e desesperadas que os dois anjos passam para conseguirem juntar o casal.
O livro tem diversos pontos extremamente engraçados como ver Craig interferindo no cotidiano humano, Deus e a sua ideia de montar um restaurante asiático-americano e, o personagem mais hilário, Raoul, o mensageiro de Deus.
Além disso, a história também tem uma pegada reconfortante quando se trata de milagres, nos faz refletir se as pequenas coincidências e felicidades de nossa vida possam ser verdadeiros milagres e não somente algo grande como ganhar na loteria.

Resumindo: É um livro que desperta todas as emoções, para jovens e adultos e indico que todos corram para uma livraria se quiserem ter momentos bem divertidos.

26 de mar. de 2014

Resenha: Cidades de Papel

Título: Cidades de Papel
Autor: John Green
Ano: 2013
Número de Páginas: 368
Editora: Intrínseca
ISBN: 978-8057-374-9

Sinopse: 
O adolescente Quentin Jacobsen tem uma paixão platônica pela magnífica vizinha e colega de escola Margo Roth Spiegelman. Até que um cinco de maio que poderia ter sido outro dia qualquer, ela invade sua vida pela janela de seu quarto, com a cara pintada e vestida de ninja, convocando-o a fazer parte de um engenhoso plano de vingança. E ele, é claro, aceita.
Assim que a noite de aventuras acaba e um n ovo dia se inicia, Q vai para a escola e então descobre que o paradeiro da sempre enigmática Margo tornou-se um mistério. No entanto, ele logo encontra pistas e começa a segui-las. Impelido em direção a um caminho tortuoso, quanto mais Q se aproxima de Margo, mais se distancia da imagem da garota que ele pensava conhecer.

"Na minha opinião, todo mundo tem seu milagre. Por exemplo, muito provavelmente eu nunca vou ser atingido por um raio,  nem ganhar um prêmio Nobel, nem ter um câncer terminal de ouvido. Mas, se você levar em conta todos os eventos improváveis, é possível que pelo menos um deles vá acontecer a cada um de nós. Eu poderia ter presenciado uam chuva de sapos. Poderia ter me casado com a Rainha da Inglaterra ou sobrevivido meses à deriva no mar. Mas meu milagre foi o seguinte: de todas as casas em todos os condados da Flórida, eu era vizinho de Margo Roth Spiegelman" Q.

Motivada pelas críticas positivas ao autor John Green, do já famoso "A Culpa é das Estrelas", comecei a ler seu último livro Cidades de Papel. No início fiquei um pouco perdida quanto ao posicionamento do livro, seu público-alvo. A história é do adolescente Quentin que aos nove anos de idade, juntamente com sua vizinha Margo, encontram um cadáver no parque. Após este acontecimento, os dois seguem caminhos diferentes e embora estudassem na mesma escola, não cultivaram mais qualquer proximidade ou amizade. Quentin é apaixonado pela imagem que tem da vizinha e se espanta quando ela entra novamente em sua vida convidando-o para uma noite de vingança e alguns pequenos delitos. Até então, eu ainda não entendia o porque do sucesso do autor. Um livro normal.
E então, Margo desaparece! E Quentin se apega a pequenas pistas supostamente deixadas pela garota para que ele a encontrasse. A partir dai, o autor mostra o motivo de ser um dos escritores norte-americanos mais queridos no momento. Inicia-se uma busca, recheada de descobertas. Enquanto Quentin lê repetidamente um livro de poesias deixado por Margo tentando entender quem realmente ela era e angustiava-se pensando que ela poderia estar morta, ele vai descobrindo a si mesmo. Reconhece a diferença existente entre o ideal que fazemos de uma pessoa e como realmente ela é. Fica obcecado pela busca por uma garota que nem era sua amiga de verdade e chega perto de se desencontrar de seus verdadeiros amigos, Ben e Radar (os dois amigos de colégio são os responsáveis pelas passagens divertidas do livro). 
Cidades de Papel é o tipo de livro que consegue te prender com um mistério, no caso o desaparecimento da garota, até as últimas páginas. O leitor torce para que Quentin a encontre viva, que ela se apaixone por ele e que tenham um final feliz. 

A narrativa é de Quentin em uma linguagem  própria da adolescência com muitas gírias, podendo assim afastar um pouco os leitores adultos (foi o que me deixou na dúvida de para quem este livro foi escrito). 
Cheguei a conclusão que é um livro para jovens e adultos. Cada um lê com o aprofundamento que preferir.

24 de mar. de 2014

Resenha: Aos meus filhos: as últimas cartas de um pai

Título: Aos meu filhos. As últimas cartas de um pai
Autor: Mark M. Weber
Ano: 2013
Número de Páginas:268
Editora: Planeta
ISBN: 978-85-422-0187-1

Sinopse:

"No auge de sua carreira no Exército americano, Mark M. Weber foi chamado para assumir um alto e importante cargo para o país. Porém, algumas semanas depois, um exame de rotina revelou que ele estava com um câncer gastrointestinal em estágio IV. Mark tinha apenas 38 anos e era ai de três filhos pequenos.
Nos dois anos que se seguiram a esse diagnóstico, ele enfrentou uma longa e dura batalha para a qual ele nunca havia treinado, e um determinado momento percebeu um fato que não poderia ignorar: ele não iria sobreviver. Diante dessa certeza, e diante da necessidade que sentia de não deixar de lado a educação de seus filhos, ele resolver escrever cartas aos menino. Assim, pensou Mark, os três aprenderiam todas as lições que ele gostaria de lhes transmitir ao longo da vida.
Com humildade e um dom especial para contar histórias, Mark oferece sábias lições ao longo de dez cartas, dando dicas aos filhos de como lidar com os fracassos e os sucessos da vida, como ser humilde, como defender os valores em que acreditamos e como é importante ter bom humor diante dos problemas difíceis do dia a dia.
Mas este livro não é apenas para Matthew, Joshua e Noah, seus filhos. É para todo mundo que se dispõe a ouvir, de coração aberto, os conselhos inspiradores de um pai e de um eterno guerreiro. Para Mark, o importante é nunca deixar de aprender com a vida, pois ela sempre tem algo a nos ensinar - seja nos bons ou nos maus momentos".

Um pai que escreve um livro ao receber um diagnóstico de câncer não é uma ideia única e original. Randy Pausch já o fez com maestria em A Lição Final, o que torna a missão de Mark ainda mais desafiadora.

Ele livro chamou minha atenção quando entrei em uma livraria acompanhada da Juliana. Olhei a capa, li a sinopse e quis ler... E não me arrependo. 
Você abre o livro e se depara com uma apresentação marcante escrita pelo ator Robin Williams, que trabalhou com Mark em 2004 em uma turnê da organização que provê serviços recreacionais para as Forças Armadas americanas. Williams, finaliza sua apresentação assim: "Este livro é sobre o que o (Mark) motivava. É um olhar sobre quem ele era, no que ele acreditava e sobre o que esperava para a vida de seus filhos. Esta leitura também pode ajudar você a avançar por este mundo". Esta apresentação só aumentou minha necessidade de ler este livro.
O tema pode parecer mórbido ou triste, mas a leitura não lhe traz estes sentimentos.
Quando Mark ainda era jovem, tinha muita curiosidade sobre a história de sua família, mas seus avós já não tinham a memória suficiente para os detalhes. Assim surgiu em Mark a ideia de escrever um diário que um dia pudesse mostrar ao filhos e netos para contar sua história, sem ser prejudicado por falhas de memória quando já estivesse na velhice. 
Surpreendido pelo diagnóstico de câncer, Mark sentiu uma nova necessidade e recorreu ao diário. Com ele, poderia escrever cartas aos filhos para lerem em momentos diferentes da vida e assim, participar postumamente da educação dos meninos.
Classifico este livro como corajoso, pois o autor não se esconde atrás da doença ou dos diversos sucessos que teve na carreira, homenagens e condecorações: ele se mostra por inteiro, com fracassos, erros e decepções. Percebe-se um certo constrangimento nos relatos de suas conquistas, traços de humildade. 
Com uma carreira de sucesso no Exército Americano, ele nos presenteia também com cenas da vida de um militar, as dificuldades familiares, principalmente das esposas que convivem com mudanças de cidades, longas ausências e incertezas. Para nós brasileiros que, de modo geral, não vivenciamos a vida militar como os americanos, é uma grande oportunidade de entender um pouco dessa dinâmica e do papel dos soldados na sociedade daquele país.

A narrativa é em primeira pessoa e vai alternando entre a luta durante o tratamento, as histórias familiares e  trajetória no exército.  Mark enfrenta sua doença como um soldado em missão e nos faz pensar em diversos momentos como é possível não desabar diante de tantas complicações, dores e constrangimentos. Imagine conviver por muitas semanas com um imenso buraco aberto em seu abdômen, uma das provações que a doença impôs a ele.
Mark reflete sobre sua fé, suas crenças, sobre o apoio recebido de amigos e familiares e sobre o impacto que sua morte causará na vida dos filhos. Uma reflexão de vida que, sem sombra de dúvida, nos serve de exemplo. Uma leitura que recomendo como um aprendizado.

O tenente-coronel Mark Weber faleceu em junho de 2013, aos 41 anos.


19 de mar. de 2014

Resenha: Diálogos Impossíveis


Título: Diálogos impossíveis
Autor: Luis Fernando Veríssimo
Ano: 2012
Número de Páginas: 176
Editora: Objetiva
ISBN: 978-85-390-0413-3

SINOPSE:
"-Não somos muito diferentes - diz Drácula.
-Somos completamente diferentes! - rebate Batman. - Eu sou o Bem, você é o Mal. Eu salvava as pessoas, você chupava o seu sangue e as transformava em vampiros como você. Somos opostos.
-E no entanto - volta Drácula com um sorriso, mostrando os caninos de fantasia - somos, os dois, homens-morcegos...
Batman come o resto do seu iogurte sob o olhar cobiçoso do conde.
- A diferença é que eu escolhi o morcego de modelo. Foi uma decisão artística, estética, autônoma.
-E estranha - diz Drácula - Por que morcego? Eu tenho a desculpa de que não foi uma escolha, foi uma danação genética. Mas você?

Drácula e Batman discutem no asilo. Robespierre tenta subornar o carrasco. Goya e Picasso conversam sob o sol da Côte d'Azur. Juvenal planeja matar a mulher, Marinei, que o despreza. A recém-casada Heleninha pede conselhos ao urso de pelúcia. Nas crônicas reunidas neste volume, Luis Fernando Veríssimo escreve sobre impossibilidade, incomunicabilidade e mal-entendidos. Escreve, enfim, sobre a vida.


Como minha primeira resenha nesse blog, escolhi o livro Diálogos Impossíveis do Luis Fernando  Ver!ssimo. Bom, quem conhece o autor sabe que ele nunca decepciona os leitores com o seu humor inteligente e sutil.
Este livro é um apanhado de crônicas que mostram hipóteses de conversas realmente impossíveis, engraçadas e algumas até um pouco estranhas, afinal como você acha que seria uma conversa entre o Batman e o Drácula em um asilo? Já imaginou que eles teriam algum assunto em comum para conversar? E quem iria imaginar que Don Juan tentaria seduzir a própria morte? Já pensou receber um convite para um jantar e ir para na Santa Ceia?
Pois é, esse autor sanou essas questões e outras possibilidades divertidas.

Veríssimo, ou como assina nos livros: Ver!ssimo, é extremamente criativo e mistura o senso de humor com umas figuras e acontecimentos importantes da história (como Picasso, Goya, Robespierre e Don Juan) ou com personagens de sua própria criação. O incrível nessas pequenas histórias é como Luis Fernando consegue despertar um interesse no leitor e colocar uma dúvida na cabeça de todos: “Como ele pensou nessa conversa?”.

É um livro que vale a pena deixar na cabeceira da cama e ler alguns diálogos por noite, antes de dormir. Posso garantir que despertará uma boa dose de imaginação e risadas.

17 de mar. de 2014

Resenha: Maldito Karma

Título: Maldito Karma
Autor: David Safier
Ano: 2010
Número de Páginas: 286
Editora: Planeta
IBSN: 978-85-7665-550-3

SINOPSE:
A apresentadora de televisão Kim Lange está o melhor momento de sua carreira. E é justamente nesse momento que sofre um acidente e morre de forma bastante inusitada: é atingida pelo banheiro de uma estação espacial russa! Logo depois de sua morte, Kim se dá conta de que praticamente só acumulou mau karma durante sua vida: traiu seu marido, foi displicente com sua filha e magoou muitos dos que a rodeavam. Em pouco tempo percebe qual será seu castigo: em um formigueiro, com uma cabeça enorme, duas antenas e seis patas... Kim descobre que foi transformada em formiga!
Mas é claro que ela não terá paciência de ficar recolhendo migalhas e migalhas de pão até conseguir reverter os erros cometidos durante sua existência. Além disso, não pode permitir que seu marido seja consolado por outra mulher nem tolerar que sua filha tenha outra mãe. Só há uma saída: acumular bom karma para ascender na escala de reencarnação e, assim, talvez conseguir se reaproximar de sua família. Porém, o caminho para deixar de ser um inseto e converter-se em algo um pouco mais evoluído é duro e repleto de adversidades.
Com um desfecho inesperado, a trajetória de Kim Lange é hilariante, divertida e, ao mesmo tempo, capaz de nos fazer refletir sobre nossos valores e nossa própria mortalidade.


Surpreendente e divertido! Maldito Karma não tem nenhum enfoque religioso, mas utiliza a reencarnação para nos apresentar, de forma muito engraçada, a história dessa arrogante apresentadora de TV que morre de uma maneira ridícula e reencarna como uma formiga.
Somente uma situação extrema como essa poderia fazer Kim refletir sobre o que fez com sua vida e chegar a triste constatação de que não foi a melhor das pessoas. Agora, como formiga, ela percebe que foi exatamente o contrário disso: desvalorizou o seu marido, deu preferência para vida profissional e sua filha não teve uma mãe presente e atenciosa.
Mas a forte personalidade de Kim a leva a luta para acumular “bom karma”, pois segundo Buda, uma formiga gorda que aparece para ela a cada reencarnação (cada vez de uma maneira mais divertida), só acumulando bom karma através de boas ações ela conseguirá subir os degraus da evolução e chegar ao Nirvana.
A narrativa é na primeira pessoa e é bem envolvente. Durante a leitura, vamos acompanhando as aventuras de Kim em sua trajetória, repleta de acontecimentos divertidos.
Você se diverte lendo, mas este livro também te proporciona a oportunidade de pensar sobre o que realmente tem importância na vida.
Kim tem a oportunidade de rever sua família, chegar bem próxima a filha e até mesmo interagir com ela. Aprende o real valor que a família tem em sua existência e quer a todo custo recuperá-la.
A apresentadora vai seguindo seu caminho de evolução experimentando desafios em corpos de diferentes espécies (a fase porquinha-da-índia é a melhor!), mas sempre consciente de quem realmente é e o que precisa fazer: afastar a antiga amiga que está se aproximando de seu marido, reconquistá-lo e ser a mãe que sua filha sempre precisou, mas nunca teve.
Outras personagens interessantes são incorporadas na trama. Até o famoso conquistador Casanova, na forma de formiga, é claro. Os divertidos pensamentos de Casanova são apresentados nas notas de rodapé.

“Fui direta ao ponto:
-Eu também sou uma pessoa reencarnada.
Agora, sim, captara sua atenção.
-Meu nome é Kim Lange.
Os olhos dele se iluminaram. Não falou nada; com certeza precisava primeiro ordenar as milhares de ideias que lhe passavam pela cabeça.¹
¹ Das memórias de Casanova: Uma única ideia feliz entusiasmou e cativou minha mente: “Depois de séculos cheios de privações, finalmente encontro uma mulher! Aleluia”.

Casanova é uma espécie de conselheiro de Kim com a experiência de alguém que teve 115 encarnações como formiga.
O humor nas narrativas é empolgante e te faz querer ler todas as obras deste autor alemão. David Safier também escreveu Uma Familia Feliz e Jesus me Ama, outros dois romances hilários e inesperados.





13 de mar. de 2014

Resenha: Entre o Amor e a Paixão

Título: Entre o Amor e a Paixão
Autor: Lesley Pearse
Ano: 2013
Número de Páginas: 511
Editora: Novo Conceito
IBSN: 978-85-8163-237-7

ALERTA SPOILER: Este livro é continuação da estória contada em Belle. Leia-o primeiro

Sinopse:
“Belle parece ter encontrado alguma tranquilidade. Seu marido é um homem bom e leal; ela conseguiu abrir sua loja de chapéus para senhoras; está esperando seu primeiro filho, e seus amigos estão ao seu lado para apoiá-la no que for preciso.
Mas sua nova realidade trará a dor de uma vida abominável em meio ao cenário da Primeira Guerra Mundial.
Os detalhes sobre a vida nas trincheiras, os ataques contra os aliados, a morte e a doença dos soldados compõem um pano de fundo perfeito para as preocupações e as dúvidas de Belle. Dúvidas de toda uma geração que, criada sob o rígido código moral, se vê abandona à própria sorte em uma Europa destruída de valores, sonhos ou felicidade.
Um livro magnífico, com personagens fortes e narrativa cheia de verdade, que prende o leitor da primeira à última página.”

Quando vi que Entre o Amor e Paixão era é continuação de Belle não pude resistir e comecei a ler imediatamente. Assim como o primeiro, esse livro nos encanta com a riqueza de detalhes e com uma trama envolvente e emocionante.
Belle está casada com Jimmy, realizada profissionalmente com sua loja de chapéus e parece ter deixado o passado para trás. Vive com o marido, juntamente com Mog e Garth em Blackheath, onde é respeitada como uma dama da sociedade e as pessoas desconhecem totalmente sua origem e tudo o que passou até chegar ali.
As vésperas da Primeira Guerra, Belle está feliz, aguardando a chegada de seu primeiro bebê quando uma série de acontecimentos a tiram de sua vida confortável. Primeiro seu passado volta na pessoa de Etienne, o homem que a levou forçada para a América e que depois salvou sua vida trazendo-a de volta para casa. Encontrar Etienne a faz reviver um sentimento que não deveria: a paixão que sentiu por ele.

“Uma mulher dividida entre o compromisso do casamento e o calor de um relacionamento passado”.

Seu marido amoroso e atencioso se vê obrigado moralmente a se alistar no exército e partir, deixando a esposa grávida em casa, na incerteza de seu retorno.
Uma nova personagem nos é apresentada: Miranda, filha de uma família importante da sociedade local. Ela surge tão repentinamente na vida de Belle e se transforma em uma grande amiga, que pode compartilhar com ela segredos, histórias, aventuras e sofrimentos.
Com a Inglaterra em guerra e homens lutando no front, as mulheres tem que lutar sozinhas em casa, garantindo o sustento da família e deixando para trás velhos conceitos de moralidade que não tem mais lugar em um cenário devastador. Com Belle não seria diferente, e ela, mais uma vez, usa a coragem e determinação para desempenhar o seu papel na guerra.
Decisões importantes deverão ser tomadas ao longo de sua trajetória e, na maioria das vezes, não há uma alternativa que não traga sofrimento a alguém que ela ama.
Mais uma vez, Lesley Pearse nos trás um cenário ricamente ambientado, agora nos mostrando a brutalidade da Primeira Guerra Mundial. Sua descrição das cenas de combate e dos momentos de angústia e superação dos soldados é tão realista que demonstra o quanto a autora se dedica a pesquisa. Ela conta que leu mais de 40 livros sobre o tema enquanto escrevia Entre o Amor e a Paixão.

A autora também nos conta qual foi sua inspiração para escrever a sequência de Belle:

“Amei tanto Belle que realmente não consegui esquecê-la e passar para outro personagem. Essa foi a primeira vez para mim, pois normalmente me sinto triste por me desfazer de minhas heroínas, mas sei que contei a história delas e acabei. Mas Belle foi diferente, ela era tão cheia de energia e fogo, não podia deixa-la ir. Senti também que meus leitores gostariam de saber se ela adquiriu sua chapelaria, que papel ela desempenhou na Primeira Guerra Mundial e se conseguiu ficar longe de problemas! E há os homens em sua vida. Ela sossegaria com Jimmy, encontraria Etienne novamente? E, claro, como eles se sairiam na guerra?”.

11 de mar. de 2014

Resenha: Belle

Título: Belle
Autor: Lesley Pearse
Ano: 2012
Número de Páginas: 560
Editora: Novo Conceito
IBSN: 978-85-63219-87-9

Sinopse:

Londres, 1910

Belle, de 15 anos, viveu em um bordel em Seven Dials por toda a sua vida, sem saber o que acontecia nos quartos do andar de cima. Mas sua inocência é estilhaçada quando vê o assassinato de um das garotas  e, depois, é capturada da ruas pelo assassino para ser vendida em Paris.Sem poder ser dona de seu próprio destino, Belle é forçada a cruzar o mundo até a sensual New Orleans, onde atinge a maioridade e aprende a aproveitar a vida como cortesã. A saudade de casa – e o conhecimento de que seu status de garota de ouro não durará muito – a leva a sair de sua gaiola de ouro.No entanto, Belle percebe que escapar é mais difícil do que imagina, pois sua vida inclui homens desesperados que imploram por sua atenção. Espirituosa e cheia de desenvoltura, ela tem uma longa e perigosa jornada pela frente.A coragem será suficiente para sustenta-la? Ela poderá voltar para sua família e seus amigos e encontrar uma chance para a felicidade?Autora best-seller #1, Lesley Pearse criou em Belle a heroína de nossos tempos: uma mulher forte, que luta por seus direitos em um mundo perigoso. 


A leitura de Belle foi uma agradável surpresa. Meu primeiro livro da autora Lesley Pearse e já me vi encantada com sua forma de escrever. Um livro de 560 páginas pode assustar leitores eventuais, mas garanto que vale a pena o desafio.Belle é uma garota inocente que mora no bordel de sua mãe Annie, mas não faz ideia do que acontece em sua casa após o anoitecer. A mãe a proíbe de circular pela casa durante a noite, quando as garotas atendem seus clientes.Aos 15 anos, Belle tem sua inocência brutalmente arrancada quando é vendida para um bordel e jogada na prostituição. Passa por momentos de pura angústia e medo, mas dona de uma coragem incrível, ela aprende rápido a melhor forma de sobreviver ao inferno a que foi submetida.

“É preciso coragem para perder a inocência”

Conhece a violência e a brutalidade com que os homens tratavam garotas como ela. Surpreende-se ao descobrir o carinho, o desejo e a paixão, sentimentos que pareciam impossíveis em seu mundo.  Aprende com todas estas experiências e apesar de não se conformar com seu destino, Belle decide que não será apenas mais uma garota com a vida destroçada. Buscando forças em seus sonhos de menina e nas lembranças que tem da querida Mog, ela aproveita os benefícios que a beleza e a juventude podem trazer nessa profissão para mudar seu caminho e voltar para casa.Mog é a criada da casa de Annie que cuidou de Belle desde que nasceu. Sua mãe por essência, uma vez que Annie nunca demonstrou carinho pela filha, deixando-a aos cuidados da amorosa Mog.

“-Você deve ser uma prostituta. Você vive num bordel!

Com esta fala a autora nos apresenta, já no início do primeiro capítulo, ao Jimmy, o garoto ruivo e sardento que terá um papel importante na vida de Belle e que segue com uma determinação inabalável em sua busca, após seu sequestro e desaparecimento.Ao longo do livro, você conhecerá Noah e Etienne. Homens que verão suas vidas cruzando os caminhos de Belle, de formas diferentes, mas igualmente marcantes.

A ambientação do livro é uma das coisas marcantes no estilo da autora. Ela descreve a Londres no início do século passado e também New Orleans de maneira rica, sem ser maçante, nos transportando para aquela época. A autora é reconhecida por pesquisar profundamente o cenário e os temas de suas obras.A autora disse ter se inspirado em histórias de mulheres jovens que se tornaram prostitutas durante a febre o outro da Califórnia e do Klondike. “ As histórias dessas mulheres ficaram na minha cabeça e, embora eu não quisesse escrever outro livro sobre a febre do ouro*, fui levada a criar uma heroína que, embora fosse forçada a se prostituir no início, decidisse aceitar o desafio e fazê-lo trabalhar a seu favor”.*Tema abordado no livro Segue o Coração – Não olhes para trás.

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