24 de mar. de 2014

Resenha: Aos meus filhos: as últimas cartas de um pai

Título: Aos meu filhos. As últimas cartas de um pai
Autor: Mark M. Weber
Ano: 2013
Número de Páginas:268
Editora: Planeta
ISBN: 978-85-422-0187-1

Sinopse:

"No auge de sua carreira no Exército americano, Mark M. Weber foi chamado para assumir um alto e importante cargo para o país. Porém, algumas semanas depois, um exame de rotina revelou que ele estava com um câncer gastrointestinal em estágio IV. Mark tinha apenas 38 anos e era ai de três filhos pequenos.
Nos dois anos que se seguiram a esse diagnóstico, ele enfrentou uma longa e dura batalha para a qual ele nunca havia treinado, e um determinado momento percebeu um fato que não poderia ignorar: ele não iria sobreviver. Diante dessa certeza, e diante da necessidade que sentia de não deixar de lado a educação de seus filhos, ele resolver escrever cartas aos menino. Assim, pensou Mark, os três aprenderiam todas as lições que ele gostaria de lhes transmitir ao longo da vida.
Com humildade e um dom especial para contar histórias, Mark oferece sábias lições ao longo de dez cartas, dando dicas aos filhos de como lidar com os fracassos e os sucessos da vida, como ser humilde, como defender os valores em que acreditamos e como é importante ter bom humor diante dos problemas difíceis do dia a dia.
Mas este livro não é apenas para Matthew, Joshua e Noah, seus filhos. É para todo mundo que se dispõe a ouvir, de coração aberto, os conselhos inspiradores de um pai e de um eterno guerreiro. Para Mark, o importante é nunca deixar de aprender com a vida, pois ela sempre tem algo a nos ensinar - seja nos bons ou nos maus momentos".

Um pai que escreve um livro ao receber um diagnóstico de câncer não é uma ideia única e original. Randy Pausch já o fez com maestria em A Lição Final, o que torna a missão de Mark ainda mais desafiadora.

Ele livro chamou minha atenção quando entrei em uma livraria acompanhada da Juliana. Olhei a capa, li a sinopse e quis ler... E não me arrependo. 
Você abre o livro e se depara com uma apresentação marcante escrita pelo ator Robin Williams, que trabalhou com Mark em 2004 em uma turnê da organização que provê serviços recreacionais para as Forças Armadas americanas. Williams, finaliza sua apresentação assim: "Este livro é sobre o que o (Mark) motivava. É um olhar sobre quem ele era, no que ele acreditava e sobre o que esperava para a vida de seus filhos. Esta leitura também pode ajudar você a avançar por este mundo". Esta apresentação só aumentou minha necessidade de ler este livro.
O tema pode parecer mórbido ou triste, mas a leitura não lhe traz estes sentimentos.
Quando Mark ainda era jovem, tinha muita curiosidade sobre a história de sua família, mas seus avós já não tinham a memória suficiente para os detalhes. Assim surgiu em Mark a ideia de escrever um diário que um dia pudesse mostrar ao filhos e netos para contar sua história, sem ser prejudicado por falhas de memória quando já estivesse na velhice. 
Surpreendido pelo diagnóstico de câncer, Mark sentiu uma nova necessidade e recorreu ao diário. Com ele, poderia escrever cartas aos filhos para lerem em momentos diferentes da vida e assim, participar postumamente da educação dos meninos.
Classifico este livro como corajoso, pois o autor não se esconde atrás da doença ou dos diversos sucessos que teve na carreira, homenagens e condecorações: ele se mostra por inteiro, com fracassos, erros e decepções. Percebe-se um certo constrangimento nos relatos de suas conquistas, traços de humildade. 
Com uma carreira de sucesso no Exército Americano, ele nos presenteia também com cenas da vida de um militar, as dificuldades familiares, principalmente das esposas que convivem com mudanças de cidades, longas ausências e incertezas. Para nós brasileiros que, de modo geral, não vivenciamos a vida militar como os americanos, é uma grande oportunidade de entender um pouco dessa dinâmica e do papel dos soldados na sociedade daquele país.

A narrativa é em primeira pessoa e vai alternando entre a luta durante o tratamento, as histórias familiares e  trajetória no exército.  Mark enfrenta sua doença como um soldado em missão e nos faz pensar em diversos momentos como é possível não desabar diante de tantas complicações, dores e constrangimentos. Imagine conviver por muitas semanas com um imenso buraco aberto em seu abdômen, uma das provações que a doença impôs a ele.
Mark reflete sobre sua fé, suas crenças, sobre o apoio recebido de amigos e familiares e sobre o impacto que sua morte causará na vida dos filhos. Uma reflexão de vida que, sem sombra de dúvida, nos serve de exemplo. Uma leitura que recomendo como um aprendizado.

O tenente-coronel Mark Weber faleceu em junho de 2013, aos 41 anos.


Nenhum comentário:

Postar um comentário