18 de ago. de 2018

Resenha: Amores ao sol


Amores ao sol
Lucão
Planeta, 2018

SINOPSE:

Logo no primeiro dia percorrendo o Caminho de Santiago, Luca esbarra com a tristeza de Rodrigo, um peregrino brasileiro que procura desesperadamente por Sol, um amor que nasceu e se perdeu durante a jornada.

Sem ter muito claro para si o motivo que o levou a Espanha, Luca mergulha no drama do conterrâneo e acaba por seperder ao viver um Caminho cheio de medos, dúvidas e encontros inesperados entre o passado e o presente.

Seria o amor o único caminho para se chegar a Santiago de Compostela?

Esse livro já me conquistou pela sinopse! Explico: tenho um interesse especial pelo Caminho de Santiago e suas histórias e quando vi que o cenário desse romance contemporâneo era o Caminho, não tive dúvidas e o coloquei no topo da minha lista de leitura.

Eu não conhecia o escritor, o Lucão e fui nas redes sociais saber um pouco mais dele e descobri um jovem poeta com publicações lindas e tocantes. Mais um motivo para eu iniciasse logo a leitura. 

Lucão explica que fez o Caminho de Santiago duas vezes, sendo que na primeira ele teve que interromper sua caminhada por conta de uma lesão. O livro nasceu das suas duas experiências pelo Caminho. O personagem principal é o Luca, um brasileiro que decide fazer 480 dos 800km do Caminho Francês meio sem saber o motivo. Chega na França dividido entre a empolgação do início da caminhada e a dúvida se fez uma boa escolha. Mas logo no primeiro dia ele conhece outro brasileiro, Rodrigo e sua história de um amor perdido durante a caminhada. Rodrigo agora está no Caminho para reencontrar Sol. 

E Luca começa sua caminhada, intrigado pela tristeza de Rodrigo e ansioso pelo o que está por vir. A história tem muitos encantos, mas nada se compara aos personagens que ele encontra pelo caminho. Peregrinos que conhece em uma parada, outros que o acompanham em um trecho e aqueles especiais que transformam a experiência de Luca durante a dura caminhada.

Nunca fiz o Caminho (quem sabe algum dia), mas a maneira como o autor retratou a solidariedade e companheirismo dos peregrinos e a atenção e carinho dos que trabalham nos albergues é justamente como eu imagino que seja. Em uma aventura como essa você se livra de orgulho e vaidade... você vive o presente de forma simples e aberta e se aproxima das pessoas.  Devem ser muitos os motivos que levam os peregrinos para o Caminho e as experiências são as mais diversas, mas acredito que todos chegam ao final transformados de alguma maneira. Luca segue pelo Caminho enfrentando dores e tentando descobrir qual era de verdade o caminho dele, qual seu real motivo para estar ali. Para chegar a resposta ele revisita dores e perdas de sua vida.

Cada capítulo é aberto com um pequeno verso. Coisas simples e tocantes assim:


"Numa vida bem vivida, cada segundo que passa é uma saudade que fica".

"Ame mais de uma vez ao dia. Ame como se o amor fosse um remédio para uma doença crônica. Ame como se você sentisse uma insuportável dor. E se preciso for, amor, amor, amor e amor".

"Tem beijo que parece acidente. Duas nuvens se chocam de frente".

"Às vezes, o nosso vazio só se preenche com um pouco mais de nós mesmos".

Eu já estive em Santiago de Compostela (cheguei lá de moto e não caminhando), mas presenciei a chegada de alguns peregrinos e é emocionante! Tem uma escultura próxima a central dos peregrinos que diz muito sobre quem se propõe a percorrer essas distãncias longas a pé. Ela se chama Pies de Peregrino e tem uma inscrição em cada uma das quatro faces com a seguinte frase:


"Camino recto, camino erguido, camino buscando un sentido. Camino porque tengo un objetivo, y no pararé hasta alcanzar mi destino".


Amores ao Sol é um livro lindo que eu indico! E indico também seguir o Lucão no instagram (@lucaoescritor) e conhecer sua poesia. Veja o que você encontra lá:


Extraído do instagram @lucaoescritor

No site da Editora Planeta você pode baixar um trecho de Amores ao Sol. É só clicar aqui.

17 de ago. de 2018

25ª Bienal



O começo do segundo semestre foi bem agitado para os amantes de livros! Logo depois  da FLIP (você pode ler nosso post aqui), a Bienal do Livro já começou.

A cada dois anos a feira acontece em São Paulo, no Pavilhão de Exposições do Anhembi e, em 2018, ela começou no dia 3 de agosto e foi até o dia 12. Nos 10 dias de evento, mais de 660 mil pessoas foram visitar os lindos estandes, sentir o amor pela literatura e, claro, comprar livros!

Neste ano a programação oficial na Bienal estava muito agitada: debates, sessões de autógrafos, apresentações, encontros de leitores e muito mais em todos os dias. Além disso, as editoras também promoveram sessões de autógrafos muito animadas.



Realidade como inspiração
Eu assisti duas mesas no Salão de Ideias e ambas foram incríveis. A primeira, na terça-feira, chamada O feminismo e a literatura contou com a participação de Aryane Cararo, Duda Porto, Martha Batalha e Carola Saavedra. Já na quarta-feira, pude assistir Geovani Martins, Henrique Rodrigues e Carlos Eduardo Pereira falarem sobre Realidade como inspiração

Para mim, porém, existe algo melhor do que todas as atividades que ocorrem é lá: visitar todos os estandes, das editoras grandes às menores e outras diversas marcas que participam. Cada uma, a sua maneira e proporção, consegue levar algo diferente para a feira, mas igualmente especial.
Embora seja difícil, escolhemos os estandes que mais conquistaram o coração do público:
·      Companhia das Letrinhas: neste ano o Grupo Companhia das Letras fez um estande somente para o seu selo infantil e ficou sensacional!


·      Papel pólen: para quem não conhece, pólen é o papel dos sonhos para qualquer um que ame ler. O estande tinha vários cenários lindos para fotos, uma grande “rede de descanso” e uma parede de lambe-lambes.


·      Mauricio de Sousa Produções: como em outros anos, os criadores da Turma da Mônica montaram a fábrica de quadrinhos, no qual os leitores podem comprar um quadrinho personalizado com o seu personagem. É sempre divertido ver os livros serem impressos e montamos na hora!


·      Intrínseca: esse estande estava um verdadeiro cenário de fotos. Em um lado havia uma lousa para promover o livro O homem de giz; em outro um painel enorme do livro A sutil arte de ligar o f*da-se; e, por último, a grande atração: um maravilhoso túnel de livros que era a entrada do estande!



Outros estandes que montaram cenários para fotos também foram muito procurados pelos leitores, como foi o caso da Harper Collins que teve Newt e sua maleta de Animais Fantásticos e onde habitam.

Ai Bienal, você é sempre uma loucura, mas também transmite muito amor e alegria no coração. Até 2020!
Juliana

Nota da Ana Paula:
Acompanhei a Juliana e além do que ela já contou, tem um coisa que me deixou muito feliz na feira: a grande quantidade de crianças levadas por seus professores. Parabéns professores pela iniciativa! Não é nada fácil encarar um evento assim com crianças, em um local lotado. Quanto as crianças, eu não as vi só em um dia de passeio escolar e sim aproveitando o evento, entrando nos estandes e procurando livros que pudessem comprar (aqueles estandes de 5 e 10 reais fazem a festa da criançada kkk). Isso é muito legal. Chega até a nos dar um pouco mais de esperança no futuro! Ah se a maioria dos adultos tivessem a ideia do quão importante é incentivar a leitura desde pequeninos... Tudo seria tão diferente!

16 de ago. de 2018

Flip 2018


Estivemos, pelo segundo ano seguido, prestigiando a FLIP – Festa Literária Internacional de Paraty – e este ano a autora homenageada foi a incomparável Hilda Hilst. Você pode conferir o post do ano passando clicando aqui!

Infelizmente o passeio foi breve, pois só estivemos lá no sábado, mas a energia da feira é tão incrível que vale a pena senti-la mesmo que seja por poucas horas. A verdade é que Paraty é maravilhosa em qualquer época do ano e durante o evento fica ainda melhor: muita gente feliz, se divertindo e trocando experiências sempre com o amor pelo mundo literário como ponto em comum. 

 E se você tem vontade de participar da edição de 2019, separei três dicas muito boas para você aproveitar ao máximo:

1.            Programe-se: como tem muitos eventos acontecendo ao mesmo tempo, é legal montar uma programação com o que você quer mais assistir. Também é importante se informar se é necessário pegar senhas com antecedência.
2.            Alimentação: principalmente de final de semana os restaurantes ficam bem cheios, então aconselho levar alguns lanchinhos para enganar a fome no “horário de pico”. Ah, e levem água para ajudar na luta contra o calor de Paraty em pleno inverno!
3.            Mesas da programação oficial: os debates acontecem dentro da Igreja e, para assisti-los, é necessário comprar ingresso. Como eles esgotam bem rápido, é difícil conseguir. Entretanto, todas as mesas são transmitidas ao vivo no telão da praça! A qualidade do som e da filmagem é ótima e há muitas cadeiras para acomodar os espectadores.

A FLIP 2018 teve uma vasta programação paralela, além da oficial. Várias casas com decoração especial, mesas de debate e sessão de autógrafos... separei aqui os lugares que eu mais gostei – mas preciso dizer que vale a pena visitar todas!
Exposição da Língua Portuguesa: enquanto o nosso querido Museu da Língua Portuguesa ainda passa por reformas, eles montaram uma exposição dentro de um “trailer” sobre a história e as curiosidades da nossa língua.
Casa Hilda Hilst: a casa em homenagem a autora estava com uma decoração linda que contava sobre a Hilda.
Mesa com Geovani Martins, autor de O sol na cabeça, e Colson Whitehead, autor de Underground Railroad: cada autor leu um trecho do seu livro e eles transcorreram um debate muito rico sobre literatura, questões raciais e classes sociais. 

Agora preciso confessar uma coisa: escrever este texto já me deu saudades de lá, ansiosa pela edição de 2019 <3

Confira alguns registro que eu fiz por lá: