27 de mai. de 2014

Resenha: O teorema Katherine

Título: O teorema Katherine
Autor: John Green
Editora: Intrínseca
Ano: 2013
Pág.: 304
ISBN: 978-85-8057-315-2

SINOPSE:
Colin conhece Katherine. Katherine gosta de Colin. Colin e Katherine namoram. Katherine termina com Colin. É sempre assim.
Após seu mais recente e traumático pé na bunda, o Colin que só namora Katherines resolve cair na estrada. Dirigindo o Rabecão de Satã, com seu caderninho de anotações no bolso e o melhor amigo no carona, o ex-garoto prodígio, viciado em anagramas e PhD em levar o fora, descobre sua verdadeira missão: elaborar e comprovar o Teorema Fundamental da Previsibilidade das Katherines, que tornará possível antever, com pura matemática, o desfecho de qualquer relacionamento. 
Uma descoberta que vai entrar para a história, elevando Colin Singleton diretamente ao distinto posto de gênio da humanidade. E também, é claro, vai ajudá-lo a reconquistar sua garota. Ou, pelo menos, é isso que ele espera.

Minha terceira leitura de John Green... Após "A culpa é das estrelas" e "Cidades de Papel" o sentimento que ficou após o término do livro foi de decepção! O teorema Katherine é um romance adolescente como os outros, mas neste faltou, pelo menos para mim, aquele ingrediente que te prende página a página.
O livro conta a história de Colin Singleton, um garoto que ainda na primeira infância foi identificado como prodígio e toda a sua vida foi direcionada pelos pais para que se tornasse um gênio. Sua rotina era de horas e horas de estudos diários. Nada popular no colégio, tem um único amigo próximo: Hassan. E um problema recorrente: namorar e ser chutado por garotas chamadas Katherine. 
Após o término com a 19ª Katherine, por iniciativa dela, é claro. Colin entra em crise e pega a estrada com seu amigo Hassan, sem rumo. Conhece Lindsey e sua mãe Hollys que passam a ter um papel importante em sua vida.
Obcecado por ser conhecido por algum feito surpreendente (ter seu momento Eureka) e por seu histórico de Terminado (ele divide as pessoas entre Terminados e Terminantes), Colin decide desenvolver um teorema para provar que todo relacionamento é previsível a partir das características dos envolvidos. 
O livro é recheado de fórmulas e termos matemáticos, além de palavras e expressões em árabe. Notas de rodapés que podem ser instrutivas e outras divertidas.
A verdade é que o livro não me prendeu e chegou a ser um forte candidato ao abandono. Mas eu insisti, fui até o final e infelizmente minha opinião não mudou. 
Acredito que os adolescentes possam gostar mais deste livro, que tem uma linguagem bem casual, com gírias que os personagens criaram e usam o tempo todo (chega até a irritar pela repetição). 

E você, já leu? Me conta o que achou...

22 de mai. de 2014

Resenha: Roubada

Título: Roubada
Autora: Lesley Pearse
Editora: Novo Conceito
Ano: 2012
Pág.: 376
ISBN: 978-85-8163-024-3

SINOPSE:
Quando uma bela moça loira foi encontrada desacordada em uma praia, ela não tinha nenhuma lembrança de quem era e dos horrores pelos quais havia passado antes de chegar ali. A esteticista Dale não via Lotte Wainwright há tempos, mas, para seu pesar, reconheceu sua amiga na foto publicada pela imprensa local em um artigo que noticiava as misteriosas circunstâncias do aparecimento da jovem que, recentemente, havia dado à luz.
Após uma longa separação entre Lotte e Dale, uma perigosa sequência de segredos, mentiras e pesadelos tem início. O que aconteceu com Lotte? Alguém queria mata-la? E, o pior, o que acontecera com o bebê que dera à luz?
Imagine não saber de onde você veio e o que o futuro lhe reserva...

E se seu caminho fosse apagado? E se tirassem de você a pessoa que mais ama? E se suas lembranças fossem roubadas?


Depois de ler Belle, quando vi este outro livro da Lesley Pearse eu não tive dúvidas em ler. E ela não me decepcionou em  nada!
Roubada conta a história de Lotte, uma jovem que vai trabalhar em um navio de cruzeiro com a amiga Dale e quando se despedem no final da viagem, seguem caminhos separados. Lotte na verdade não foi sincera com a amiga quanto a seus planos, mas Dale nem desconfia que ela está prestes a se meter em apuros. Passado algum tempo, Lotte é encontrada no mar, quase morta, sem lembrança alguma, nem mesmo de seu nome ou de sua origem. Dale reconhece a amiga no jornal em uma matéria que conta o aparecimento da jovem e sua misteriosa amnésia.
Com a ajuda de Dale e do também amigo Scott e o apoio do homem que a resgatou no mar, David, Lotte vai aos poucos se recuperando e lembrando tudo o que aconteceu com ela nos últimos meses. 
A história que vai se revelando aos poucos é terrível e sofrida. E quando ela pensa que tudo passou, o terror volta a sua vida colocando-a em risco novamente.

Mais uma vez autora conseguiu contar uma história envolvente e perturbadora, onde a protagonista vive uma busca pela verdade a cada lembrança recuperada.
A exemplo dos outros livros de Lesley Pearse depois que você se envolve com a trama fica impossível de largar. Ficamos ansiosos com o desfecho, querendo saber logo o que aconteceu e se ela vai conseguir superar os horrores que passou.

Já recomendei Belle, Entre o Amor e a Paixão e agora, Roubada! Lesley Pearse é garantia de leitura envolvente e intrigante!

A autora conta qual foi sua inspiração para Roubada:
"Eu estava caminhando por uma praia com meus cachorros um dia e imaginei encontrar uma garota que o mar tivesse trazido até a praia. Aquilo me levou a pensar em todas as diferentes razões pelas quais ela poderia estar naquela situação: ter caído de um navio, ter sido jogada ao mar e ter tentado se matar. E ai, é claro, eu tentei imaginar o que a teria levado a fazer isso".


15 de mai. de 2014

Resenha: ÁLBUM DE CASAMENTO - Quarteto de noivas I

Título: Álbum de Casamento - Quarteto de Noivas I
Autor: Nora Roberts
Editora: Arqueiro
Ano: 2013
Pág.: 288
ISBN: 978-85-8041-221-5


SINOPSE:
Quando crianças, as amigas Parker, Emma, Laurel e Mac adoravam fazer casamentos de mentirinha no jardim. E elas pensavam em todos os detalhes. Depois de anos dessa brincadeira, não é de surpreender que tenham fundado a Votos, uma empresa de organização de casamentos bem-sucedida.
Mas, apesar de planejar e tornar real o dia perfeito para tantos casais, nenhuma delas teve no amor a mesma sorte que tem nos negócios. Até agora.
Com várias capas de revistas de noivas no currículo, a fotógrafa Mac é a especialista em captar os momentos de pura felicidade, mesmo que nunca os tenha experimentado em sua vida.
Por causa da separação dos pais e de seu difícil relacionamento com eles, Mac não leva muita fé no amor. Por isso não entende o frio na barriga que sente ao reencontrar Carter Maguire, um colega de escola com o qual nunca falara direito.
Carter definitivamente não é o seu tipo. Professor de inglês apaixonado pelo que faz, ele cita Shakespeare e usa paletó de tweed. Por causa de um antiga quedinha por Mac, fica atrapalhado na frente dela, sem saber bem como agir e o que falar. E mesmo assim ela não consegue resistir ao seu charme.
Agora Carter está disposto a ganhar o coração de Mac e convencê-la de que ela é capa de criar suas próprias lembranças felizes.

Primeiro livro da série Quarteto de Noivas, Álbum de Casamento conta uma linda história de amor, amizade e família - e daqueles momentos imprevisíveis que transformam uma imagem bonita numa verdadeira obra de arte.

Eu comecei a ler Álbum de casamento meio que já sabendo o que esperar: um romance água com açúcar daqueles que nos envolvem e não nos deixam largar o livro, mulheres protagonistas em algum conflito pessoal e em busca do amor de suas vidas. Foi assim em outras duas séries da autora que li tempos atrás. Mas apesar de conhecer o estilo de Nora Roberts (e gostar!), sempre é uma surpresa a forma como ela constrói a história e envolve os personagens em seus dramas. 
De início conhecemos as quatro amigas e as funções que exercem na Votos, empresa de casamentos que elas fundaram juntas na mansão herdada por Parker, após a morte de seus pais. Mas Álbum de Casamento tem como foco Mackensie Elliot, a competente fotógrafa da Votos. Cada um dos livros da série vai contar a história de uma delas, sendo o próximo (já lançado) apresentando a vida da florista Emma (Mar de Rosas com uma capa linda!).
Mac viu seus pais se divorciarem ainda na infância. Seu pai casou-se novamente e mudou para longe, ficando grandes períodos sem aparecer ou dar notícias, totalmente ausente. Sua mãe se casou "milhões" de vezes e sempre com o "grande e último amor de sua vida". Linda, suga as energias da filha, manipulando-a para conseguir dinheiro e outras regalias. E o faz de uma forma que Mac mesmo sabendo que não deve ceder, acaba fazendo todas as vontades dela. Esta situação provocou em Mac uma descrença em relações duradouras, a ponto dela não se permitir viver um grande amor por medo de acabar como seus pais. O contraditório é como ela desenvolveu um talento incrível para fotografar casamentos, captando cada sorriso especial, cada expressão de encantamento sem nunca ter vivido algo parecido.
E aí ela reencontra Carter Maguire. Um professor de inglês todo desajeitado e formal que foi apaixonado por ela no colégio. Duas pessoas completamente diferentes, mas que se atraem, claro! Carter é aquele cara romântico, que consegue ser desajeitado e charmoso ao mesmo tempo e que compreende Mac, fazendo de tudo para ela se sentir segura e ceder ao amor dos dois. Impossível não se encantar por ele.
O ponto alto da série é a amizade entre as quatro mulheres. Os diálogos das amigas são leves e reconfortantes. Cada uma delas com sua personalidade bem definida, mas que representam juntas uma cumplicidade bem legal.
Gostei muito de Álbum de Casamento, com seus personagens bem construídos, sua narrativa cativante e envolvente e uma edição lindíssima da Editora Arqueiro. Quarteto de Noivas me conquistou e já estou providenciando o segundo volume da série!

Para quem aprecia o gênero é diversão certa!





A linda capa de Mar de Rosas, segundo volume da série.

Leia a resenha de Mar de Rosas aqui: http://estante-da-ana.blogspot.com.br/2014/06/mar-de-rosas-quarteto-de-noivas-2.html publicada em 03/06/2014





13 de mai. de 2014

Resenha: BRUMAS DA ILHA

Título: Brumas da ilha
Autor: Bianca R. Furtado
Editora: Isis
Ano: 2010
Pág.: 291
ISBN: 978-85-88886-59-9

SINOPSE:
No ano de 1747, inicia a imigração de açorianos à Ilha de Nossa Senhora do Desterro - atual Florianópolis -, Santa Catarina. Até 1956 mais cinco levas chegarão para ajudar a povoar a ilha. Entre esses anos, um cargueiro aporta em Desterro. Mais que alimentos e ferragens, o capitão traz escondido em seu porão mulheres fugidas do Arquipélago de Açores. Feito brumas, elas chegam à ilha sem registros e sem autorização da Coroa Portuguesa. Mas quem são essas mulheres? Do que estavam fugindo? Entre relatos fictícios e fatos históricos, a personagem tece sua história: a saga de mulheres que viviam no Arquipélago de Açores e tiveram que deixar suas vidas e o que mais sagrado havia em suas almas para então se lançarem numa incógnita fuga para a América. Um romance que aborda o sagrado feminino, o universo das mulheres com suas esperanças, seus medos, suas sombras e sonhos. Um livro femíneo, que mergulha na figura da mulher intuitiva, visceral, presciente e densa; a então mulher intitulada bruxa.


Este livro, que chegou a minhas mãos como um presente de amigos queridos, difere da minha leitura habitual e isto é que foi maravilhoso.Talvez ele não chamasse minha atenção na livraria e eu teria perdido a oportunidade de conhecer uma história excelente, rica. Mas como nada é por acaso, tive o prazer de lê-lo.
Brumas da Ilha conta a história de Lunae, uma jovem que vive com a avó e a irmã caçula na Ilha de Flores, no Arquipélago de Açores, Portugal. Estamos falando do ano de 1745, quando começa a narrativa de Lunae sobre sua vida. São mulheres que vivem com simplicidade, trabalhando duro para conseguir o sustento diário. A avó, D.Luzia é a benzedeira da ilha, conhecida e procurada por todos que lá vivem para cura de enfermidades. A irmã Ignis é um espírito livre, como Lunae a define. Vive correndo livre, descalça, entre os bichos e a mata. Apesar de aparentemente comuns, estas mulheres pertencem a Velha Religião e cultuam a Grande Mãe.  Intimamente ligadas à natureza, chegam a exercer poder sobre os quatro elementos, fazendo com que moradores comuns da ilha a vejam com reserva e até chegam a nomeá-las como bruxas.  São mulheres que vivem para a prática do bem, o respeito a natureza e todos os seres vivos, mas que fazem estranhos rituais de celebração, destoando totalmente das regras da Igreja Católica. E elas não são as únicas mulheres assim, há outras no Arquipélago que vivem juntas, afastadas da sociedade para poderem ter paz em suas vidas.
E as três vão vivendo tranquilamente até que a revelação de um grande segredo familiar muda o rumo da vida de Lunae. Entre a descoberta do seu forte papel na religião, as tentações e o amor perdido, Lunae demonstra uma força espetacular e um respeito enorme as suas crenças. Obrigadas a deixarem a Ilha das Flores, Lunae e as outras mulheres da Velha Religião partem para terras desconhecidas e distantes. A chegada a Ilha de Nossa Senhora do Desterro ocorre em condições precárias de saúde e total desamparo. Um novo desafio, em uma nova terra, com diferentes crenças e novas provações..
Brumas da Ilha é uma história mística que nos apresenta o universo feminino diferente do que vivemos hoje, mas com conflitos, sonhos e desejos que fazem parte da natureza da mulher de qualquer tempo. Quer seja hoje ou em meados de 1700.




7 de mai. de 2014

Resenha: Morte e vida de Charlie St.Cloud



Título: Morte e vida de Charlie St.Cloud
Autor: Ben Sherwood
Ano: 2010
Editora: Novo Conceito
Pág: 296
ISBN: 978-85-63219-18-3


SINOPSE: 

Um coração dividido entre dois mundos. Em uma pacata vila de pescadores da Nova Inglaterra, Charlie St. Cloud cuida dos gramados e monumentos de um antigo cemitério onde seu irmão mais jovem, Sam, está enterrado. Após sobreviver ao acidente de carro que tirou a vida de seu irmão, Charlie recebe um dom extraordinário: ele consegue enxergar, conversar e até mesmo brincar com o espírito de Sam. É neste mundo místico que entra Tess Carroll, uma cativante mulher treinando para navegar sozinha ao redor do mundo em um veleiro. O destino faz com que seu barco seja apanhado por uma violenta tempestade, trazendo-a assim para a vida de Charlie. Sua bela e incomum ligação os leva a uma corrida contra o tempo e a uma escolha entre a vida e a morte, entre o passado e o futuro, entre apegar-se ou deixar o passado para trás – e a descoberta que milagres podem acontecer se nós simplesmente abrirmos nossos corações.


Comecei a ler esse livro meio contrariada. Já tinham me falado do filme, mas a história não tinha chamado a minha atenção. Mas, ao ver o livro na estante por tanto tempo, resolvi dar uma chance.
A história é contada como uma memória de Florio Ferrente, um bombeiro que já presenciou vários tipos de milagres em seus resgates. E, em um desses, ele conhece Charlie St. Cloud.
Charlie vive em uma pequena cidade de pescadores na Inglaterra e cuida do cemitério da cidade há 13 anos... Mas existe um motivo muito forte e secreto para isso.
Quando era mais novo, Charlie tinha um irmão menor, Sam St. Cloud. Em uma das inúmeras aventuras dos irmãos, eles sofrem um acidente de carro. O bombeiro Florio consegue trazer Charlie de volta a vida, mas não tem a mesma sorte com Sam.
Após perder o seu irmão naquele dia, Charlie continua capaz de ver, conversar e interagir com o espírito de Sam... mas para isso eles tem que se encontrem todos os dias, ao por do sol, em um lugar escondido do cemitério, tudo para manter a promessa de ficarem sempre juntos.
Acho que isso já é o suficiente para fazer qualquer um começar a chorar. Mas o livro ainda arranca muitas lágrimas e suspiros.
Devido a essa promessa, Charlie sempre programou toda a sua vida para conseguir se encontrar com Sam todos os dias, de modo que nunca perdeu um encontro em todos esses anos.
Até que ele conhece Tess Carrol, uma jovem que sonha em dar a volta ao mundo velejando e dedicou toda a sua vida a essa paixão.

Estou morrendo de vontade de contar o que mais acontece no livro, mas acho que pode estragar a surpresa de vocês!
O autor, Ben Sherwood, tem um jeito muito profundo de escrever.  Ele fala de milagres, de vida e de morte de um jeito tão natural e tocante que faz o leitor se arrepiar em cada acontecimento.
Acho que se eu tentasse descrever uma das cenas aqui, não ia conseguir nem metade do efeito que ele conseguiu surtir em mim. Então não vou contar mais sobre o enredo do livro.
É um livro para se emocionar, chorar e refletir. Mostra um amor tão intenso entre irmãos que você realmente é levado a acreditar que milagres como esse são possíveis.
Um dos trechos que eu mais gostei é uma fala do Charlie enquanto conversa com Tess.
“Mas, acima de tudo – ele continuou -, sinto falta daquela sensação de quando você vai dormir à noite e depois acorda pela manhã. É uma sensação de que tudo no mundo está bem. Você sabe, aquela sensação deliciosa de que você está inteiro, que você tem tudo que quer, que não falta nada.”

Espero que tenha despertado a curiosidade de vocês!

Juliana