16 de fev. de 2015

Resenha: Minha vida com Boris

Título: Minha vida com Boris
Autora: Thays Martinez
Editora: Globo
Ano: 2011
Pág.: 142
ISBN: 978-85-250-4837-0


SINOPSE: 
Thays Martinez narra as aventuras que viveu com seu primeiro cão-guia nos dez anos em que estiveram juntos - desde as dificuldades no treinamento, a primeira viagem de avião juntos, a popularidade após o incidente no metrô, as amizades que criaram, as situações engraçadas, até o triste momento da despedidade -, fazendo deste relato uma obra ao mesmo tempo terna e combativa, comovente e inspiradora.
Afinal, mais do que guiar Thays para a sua independência e autonomia, Boris a inspirou a realizar a inclusão social de pessoas com deficiência visual em todo o Brasil.

Como vocês já sabem, sou apaixonada por labradores. Esses seres especiais me encantam como nenhum outro é capaz de fazer. Só de olhar essa capa linda, claro que eu fiquei com vontade de ler. E para completar, o livro narra a história do Boris, um cão-guia! Sou admiradora do trabalho desses cães, que transformam a vida de pessoas com deficiência visual, facilitando as tarefas cotidianas e promovendo a independência pessoal.

Thays perdeu a visão ainda menina, aos quatro anos de idade. Como toda criança, um de seus sonhos era ter um cão, que se realizou somente na vida adulta. Tanta espera teve uma recompensa: seu primeiro cão-guia foi Boris. A biografia de Boris no livro esta assim descrita (veja se consegue resistir a vontade de ler sobre ele):

Boris (16/10/1998 - 24/10/2009) nasceu em Rochester, no Estado do Michigan. Labrador amarelo, com suspeitas fortíssimas de uma mistura de golden retriever, passou boa parte de sua infância em uma escola infantil para humanos, o que viria a justificar sua paixão por crianças, bem como certas excentricidades, como gostar de dormir coberto e com travesseiro. Depois, estudou em escolas de primeira linha, como a tradicional Leader Dogs for the Blind, o que acabou lhe propiciando o convite para trabalhar no Brasil. Tinha por hobby tirar tampas de garrafas e gostava de correr e de beber água de coco. Sua única superstição era, a cada refeição, deixar um grão de ração em sua vasilha.

A história dessa parceria linda entre a Thays e o Boris não fala apenas sobre as facilidades que ele proporcionou na vida dela. Essa dupla protagonizou um episódio que chamou a atenção da imprensa na época: Boris foi barrado no Metrô de São Paulo, sendo necessário o ingresso de uma ação judicial para permitir que Thays pudesse continuar usando o metrô para ir ao trabalho. A decisão judicial, seis anos depois, permitiu o acesso de cães-guia ao Metrô e inspirou duas outras leias, "uma estatual em 2001 e outra federal em 2005 - que garantem o acesso de cães-guia a todo e qualquer local público e privado de uso coletivo".

Sim, Boris fez história do Brasil, mas sua vida começou nos Estados Unidos e Thays conta com emoção desde o início dessa amizade, quando foi buscá-lo, suas aventuras e travessuras até o momento de maior tristeza, a despedida. Vocês podem imaginar como eu reajo a esse assunto, tendo três labradoras que são como filhas em casa? Já comecei a desabar no momento em que Thays percebe que Boris está chegando perto da aposentadoria e que precisa tomar a decisão de substitui-lo no trabalho de cão-guia. 
Não consigo escrever com imparcialidade quando o assunto é labradores, não tem jeito. Se você tiver a oportunidade de ler este livro, verá como esses cães são especiais, dotados de uma inteligência sensacional, uma doçura incrível e apaixonantes.

Me impressionou também a Thays, sua força e determinação. Ela não se deixou abater pela falta de visão, pelo contrário, rejeitou ser tratada de modo diferente, buscou o máximo de normalidade em sua vida. Estudou muito, se destacou profissionalmente, não se acomodou e foi atrás de desafios. Sem dúvida, um exemplo para todos nós!

E se Boris teve uma participação importante nas conquistas da Thays? Claro! Ele foi seus olhos por mais de oito anos! 
Olha a dupla no Metrô de SP



Thays com Boris e seu substituto, o cão-guia Diesel.







Thays é uma das fundadoras do Instituto Iris cão-guia.

Na última Bienal do Livro em SP, tive o prazer de conhecer o estande do Instituto Iris e uma dupla fantástica: o Gabriel e a Julia:





2 comentários:

  1. Que história incrível. Pela sua resenha é possível ver como esse livro é maravilhoso, espero ter a oportunidade de lê-lo um dia.
    http://blogquerida.blogspot.com.br/

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    Respostas
    1. É uma história linda mesmo Larissa, vale a pena a leitura. Eu, particularmente, gosto muito do trabalho dos cães-guia. Li outro livro sobre o assunto, Adorável Heroína de uma labradora que guiou um dos sobreviventes do ataque a World Trade Center para fora das torres. Outro que vale a pena ler também.
      http://estante-da-ana.blogspot.com.br/2014/06/adoravel-heroina.html
      Abraços.

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