Autor: Pete Nelson
Editora: Lua de Papel
Ano: 2012
Pág.: 256
ISBN: 978-85-8178-012-2
SINOPSE:
Para Paul, a vida se tornou uma sucessão de obstáculos. Fora abandonado pela esposa, o pai acaba de sofrer um derrame, sua nova namorada está indecisa entre ele e outro cara e, além disso, Paul se vê obrigado a lidar com questões familiares antigas, coisas que adiou até agora, mas terá de finalmente enfrentar.
Do outro lado, ele conta com três pontos de apoio: as doses no Bay State Bar, seu novo par de tênis (que o relembra de seu compromisso de fazer academia), e finalmente Stella*, que não acompanha Paul em seu bar favorito, talvez aos exercícios, mas o conhece melhor do que qualquer pessoa.
Em Queria que estivesse aqui, Pete Nelson oferece um romance rico em detalhes, sensível e engraçado. É, acima de tudo, uma história sobre ter conexão com alguém e o quanto podemos aprender sobre coo nós tratamos os outros e como somos vistos por eles, algo que pode transformar a vida de qualquer pessoa.
*Stella é um cão que fala com seu dono, o escritor recém-divorciado Paul, que diante de inúmeros reveses, tem nesta companhia a força para não se perder, ou cair em melancolia.
Vamos lá, quem me conhece já pode imaginar o motivo desse livro ter chamado minha atenção na Bienal de SP: o labrador na capa! Claro! Quando o vi, imaginei duas paixões em um objeto só: livros e labradores! Li o texto de orelha e meu Deus, o cachorro fala! Comprei na hora.
Demorei um pouco para terminar de ler por falta de tempo mesmo. Talvez isso tenha me atrapalhado no envolvimento com a história, mas mesmo assim gostei bastante.
Paul é um escritor recém-divorciado que vive na companhia de sua já idosa labradora amarela Stella. Ela conversa com ele, mas só com ele. E olha que os papos são geniais...
Ele está em um momento na vida que tem que lidar com muitas situações diferentes. A namorada, Tamsen, vive uma espécie de triângulo amoroso com ele e o outro namorado, Stephen e não consegue se decidir com quem quer ficar. Seu pai teve um derrame, perdeu parte dos movimentos e a fala. Os conflitos com seu irmão parecem ter se acentuado. Sua ex-esposa está reconstruindo a vida, coisa que ele mesmo não consegue. E por ai vai.
É com Stella que ele desabafa e faz suas reflexões. É muito interessante a troca de ideias entre os dois. Ela tenta entender os sentimentos e atitudes de Paul, tomando por base sua perspectiva canina, mas sabe como ninguém analisá-lo e dar ótimos conselhos. Ela é ótima! Pena que já está velhinha e enfrenta dificuldades de locomoção e outros problemas que chegam para um cão quando ele já tem bastante idade. Confesso que Stella me fez derrubar muitas lágrimas, só de imaginar minhas três "meninas" (minhas labradoras) chegando perto do dia de partir. E é muito fácil imaginar minha lab amarela, a Preta, tento as mesmas atitudes da cadela da história.
Outro apoio que Paul tem são os amigos do bar em que frequenta e as inúmeras doses que consome diariamente. Coisa que demora a perceber como um problema e não como ajuda.
No desenrolar da história, Paul vai enfrentando suas dificuldades, superando alguns desafios, se aproximando da família e se descobrindo melhor.
Não posso dizer que o livro tem personagens intensos e bem construídos, mas são simples, daqueles fáceis da gente se identificar. A narrativa é leve, fazendo a leitura fluir.
Queria que estivesse aqui não é uma "história de cachorros", apenas tem um cão falante como um dos personagens (parece maluco, mas no livro parece a coisa mais natural do mundo).
É uma história de recomeço, reconciliação e família.
Esta é a minha Preta! |
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