Mila Wander
Essência, 2016
SINOPSE:
Meu nome é Christine, ou pelo menos costumava ser. Professora numa escola infantil, eu levava uma vida bem normalzinha, meio sem graça, até que numa noite eu o vi. Começou com uma paquera descompromissada, daquelas que acontece quando você vê um cara gato do outro lado da rua. Ele me olhou, eu olhei pra ele e sorri.
Esse joguinho de sedução poderia ter terminado num café, ou quem sabe em um namoro, se ele não tivesse se aproximado de mim e me apontado uma arma.
Não sei o que me deu para salvá-lo da polícia e abrigá-lo na minha casa. Burrice? Solidão? Não tinha a menor intenção de me tornar cúmplice de um criminoso. Mas seu olhar quente, sua fala mansa e sedutora me enlaçaram de tal forma que, de repente, eu me vi no meio de um turbilhão de acontecimentos.
Agora, refém da paixão por aquele homem, só me restava relatar em um diário como fui me envolver – mais de corpo do que de alma – com a maior quadrilha do país.
O livro conta a história de uma desmiolada jovem de 25 anos (que pelas atitudes, mais parece ter 12) e que leva uma vidinha pacata e sem graça como professora de crianças, com quase nenhum amigo e órfã desde os 15 anos. Christine me incomodou um pouco pela imaturidade de suas escolhas, atitudes totalmente impensadas que chegam a ser pouco plausíveis. Superado esse obstáculo (sim, eu aceitei que ela era uma doida inconsequente e segui em frente), pude curtir a trama, muito bem elaborada, por sinal.
A história é narrada pela própria Christine, que registra tudo em um diário, com o qual foi presenteada pela sua única amiga Lessy no recente aniversário.
Chris está tranquila na rua quando encontra com um homem lindo que a aborda ferido e no exato momento em que estava fugindo da polícia. Ela, toda atordoada pela beleza do rapaz, o ajuda em sua fuga e lhe dá abrigo, tornando-se assim cúmplice do crime que ele tinha cometido e que ela nem fazia ideia do que poderia ser.
"Mas a verdade é que senti pena. E não sabia o que fazer. Poderia simplesmente correr e ir para casa, mas não dava para deixar aquele homem tão bonito machucado naquela calçada".
Atraída ao máximo, ela cuida dele e pior, acaba fugindo no dia seguinte ao seu lado, abandonando a vida que conhecia até então. Quando percebe, já está dentro de uma poderosa organização criminosa. E a partir daí, garanto que a vida dela vai só ladeira abaixo...
"-Quero sair daqui - respondi com o mesmo timbre de má educação.
- Você não tem que querer, Christine. Quem colocou na sua cabeça que você tem o poder de decidir alguma coisa aqui?"
Por ser classificado como um romance erótico, até que não exagera nas passagens picantes. Entre um risco de morte aqui, uns tiros ali, muitas lágrimas e desespero, ela tem alguns episódios bem quentes com o seu bandido charmoso, Miguel. As sequências de ação acontecem com bem mais frequência do que as de paixão e sexo, o que deixou o livro na medida certa, sem ser repetitivo.
"-Perfeita. Como alguém pode ser tão perfeita?
- Você é perfeito - sussurei.
Ele balançou a cabeça.
-Eu não presto, Christine. Também não te mereço. Mas por não prestar é que vou te ter sem merecer".
Não abandonei totalmente a ideia de que as atitudes dela eram tão ilógicas e até algumas de suas habilidades descobertas nessa vida criminosa serem improváveis em quem viveu somente dando aulas para criancinhas, mas deixei rolar e aproveitei o melhor da história.
Diário de uma cúmplice é uma ótima leitura. Não conhecia a escritora antes, mas ela já escreveu outro livro do mesmo gênero: O safado do 105, que foi lançado em 2015 pela Editora Planeta e que antes, foi um sucesso entre os leitores do Wattpad.
Saiba mais sobre O safado do 105 no site da editora, clicando aqui.
Mila também é autora da trilogia Despedida de solteira, Dominados e Meu maior presente.
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