25 de ago. de 2020

Resenha: Objetos cortantes

 

Objetos cortantes

Gillian Flynn

Intrínseca, 2015

SINOPSE:

Camille Preaker é repórter em Chicago e, a pedido de seu editor, Frank Curry, retorna a sua pequena cidade natal para investigar um mistério envolvendo a morte de uma menina e o desaparecimento de outra. Curry acredita se tratar de um caso de assassinatos em série que, com cobertura perspicaz, daria prestígio e destaque ao jornal. 

Hospedada na casa da família, Camille precisa reaprender a conviver com a mãe, o padrasto e a meia-irmã, além de lidar com as memórias difíceis de sua infância e adolescência que tanto quis esquecer.

Enquanto trabalha para descobrir a verdade por trás desses crimes violentos e enviar a matéria par o jornal, Camille acaba se identificando, até demais, com as jovens vítimas. Assim, para terminar o trabalho, manter a sanidade instacta e sobrevier à estadia na cidade natal, a repórter terá que montar o quebra-cabeça psicológico do próprio passado e confrontar o que lhe aconteceu tantos anos atrás. 

Objetos Cortantes é uma boa história sobre temas pesados como assassinatos de crianças e pessoas que se cortam (as cruéis que gostam de infringir dor aos outros e as que necessitam se ferir) mas demora para engrenar.  Eu me empolguei com a leitura da metade para frente. Até uma boa parte do livro eu não fazia ideia do que o título tinha a ver com os crimes investigados pela repórter Camille. Ela mora em Chicago e retorna a pequena cidade em que cresceu para investigar o assassinato de uma menina e o desparecimento de outra garotinha. A relação com sua mãe é péssima e ela não se sente nem um pouco acolhida na família. Sua meia irmã é uma adolescente mimada excessivamente pela mãe e cruel com as outras meninas da escola. É uma menina de treze anos que se droga e se insinua sexualmente para os homens e dentro de casa, brinca com casinha de bonecas.

Camille começa a investigar os crimes e aos poucos vai se revelando coisas do seu passado... até que o titulo faz total sentido! Uma grande dor em seu passado é a perda da irmã que desde pequena era doente e tinha toda a atenção e cuidados da mãe, enquanto ela nunca se sentiu amada. Mas a personagem me irritou pelo modo como reagia à meia-irmã adolescente.  Apesar de seu passado de perda e sofrimento, achei seu comportamento perante a Amma muito submisso em algumas passagens, deixando a impressão de algo nada plausível.  Mas isso não tira o valor da história e da escrita fluída da escritora. 

Objetos Cortantes é uma história intrigante que aborda o tema sério e difícil que é a automutilação, além da crueldade humana, a insanidade, da existência de família disfuncionais entre outras coisas. Uma leitura que vale a pena!



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