23 de jun. de 2020

RESENHA: ANNE DE GREEN GABLES

ANNE DE GREEN GABLES
L. M. Montegomery
Autêntica, 2020

SINOPSE:
 Quando os irmãos Marilla e Matthew Cuthbert, de Green Gables, na Prince Edward Island, no Canadá, decidem adotar um órfão para ajudá-los nos trabalhos da fazenda, não estão preparados para o “erro” que mudará suas vidas: Anne Shirley, uma menina ruiva de 11 anos, acaba sendo enviada, por engano, pelo orfanato. Apesar do acontecimento inesperado, a natureza expansiva, sempre de bem com a vida, a curiosidade, a imaginação peculiar e a tagarelice da menina conquistam rapidamente os relutantes pais adotivos. O espírito combativo e questionador de Anne logo atrai o interesse das pessoas do lugar – e muitos problemas também. No entanto, Anne era uma espécie de Pollyanna, e sua capacidade de ver sempre o lado bonito e positivo de tudo, seu amor pela vida, pela natureza, pelos livros conquista a todos, e ela acaba sendo “adotada” também pela comunidade. 

Publicada pela primeira vez em 1908, esta história deliciosa, que ilustra valores fundamentais como a ética, a solidariedade, a honestidade e a importância do trabalho e da amizade, teve numerosas edições, já tendo vendido mais de 50 milhões de cópias em todo o mundo. Foi traduzida para mais de 20 idiomas e adaptada para o teatro e o cinema. Mais recentemente, inspirou também a série Anne com E, já com três temporadas na Netflix.

Quem assistiu a série Anne with an E na NETFLIX, com certeza se apaixonou por essa ruiva falante, sonhadora e poética! E desse encantamento pela série, surgiu naturalmente a minha vontade de ler os livros. O primeiro é Anne de Green Gables, no qual as três temporadas foram inspiradas. 

A escritora, Lucy Maud Montegomery (1874-1942) perdeu sua mãe aos 2 anos de idade e foi morar com seus avós idosos e encontrou apoio na sua imaginação fértil, na natureza e na escrita (já viu essa história?) . Em 1905 ela escreveu Anne de Green Gables, mas só conseguiu publicá-lo dois anos depois e foi um grande sucesso. 

Anne é uma garota órfã que depois de morar em lares adotivos (que a fizeram de empregada) e no orfanato, foi enviada para Green Gables para ser adotada pelos irmãos Marilla e Mattew. Eles na verdade pediram para o orfanato enviar um rapaz que pudesse ajudá-los nas obrigações da fazenda, mas por um engano (ou não?) é a falante Anne quem está na estação a espera de Mattew. Sem saber o que fazer, ele a leva para casa para que sua irmã decida o destino da garota. O que ele não contava é que no caminho seu coração já se abriria para a menina que não parou um segundo de falar e de maravilhar com a cada pedacinho da natureza a sua frente.

"Não é maravilhoso pensar em todas as coisas que ainda temos que aprender? Isso só me faz sentir feliz por estar viva... o mundo é tão interessante... Não ia ser nem metade tão interessante se a gente soubesse tudo sobre todas as coisas, não acha? Não iam existir muitas oportunidades para a imaginação, não e? As pessoas sempre dizem que eu falo demais.O senhor prefere que eu fique calada?"

"Minha vida é um cemitério de esperanças enterradas". Li essa frase num livro uma vez, e sempre que estou desapontada por algum motivo, repito isso para mim mesma, para me consolar.

De início Marilla não aceita ficar com Anne, mas depois de conhecer um pouco a sua triste história, seu coração vai amolecendo e ela deixa a menina ficar. Anne começa a viver em Green Gables, frequentar a escola, fazer amigos e arrumar confusão a todo momento. O primeiro livro narra a vida de Anne até seus 16 anos, com desafios de auto aceitação e de encontrar seu lugar na comunidade. Ela odeia seu cabelo ruivo, suas sardas e se sente feia perto das amigas da escola. Mas ela é inteligente, esperta e cativante! 


Para quem assistiu a série, o livro é bem diferente. Podemos dizer que a série se baseou na essência dos personagens, mas criou cenários mais dinâmicos e com temas que no início do século XX, dificilmente uma jovem escritora se arriscaria. Homossexualismo, lutas feministas, mulheres independentes são alguns exemplos.

Outra coisa que senti falta nesse livro é a amizade entre Anne e Gilbert, além das aventuras desse fora de Avonlea, de suas aspirações pela medicina e de sua amizade incrível com Sebatian (outro personagem que não temos no livro). Anne e Gilbert formam um casal cativante, enquanto no livro eles são apenas rivais nos estudos e inimigos quase declarados (pelo menos por enquanto, no próximo livro acredito que tudo vai mudar). 

Quem espera que o livro seja igual a sua adaptação irá sentir falta daquela sequência de acontecimentos importantes que movimentam a cidade. A história escrita tem um ritmo mais lento, com mais detalhes. É uma leitura gostosa que me deu a sensação de um reencontro com aquela ruivinha cativante. 

Após três temporadas e apesar do enorme sucesso entre os fãs, a série foi cancelada, mas há rumores de uma quarta temporada produzida pela própria Netflix que teria comprado os direitos da história. 
Vamos aguardar. 

Alguns dos personagens do livro em suas versões para a televisão:

Anne, Marilla e Mattew

Anne e sua amiga do peito, Diana

Gilbert e Anne

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